Crise: portas de entrada e saída

Se as empresas insistirem em operar com o mesmo modus operandi que produziu crises, vão continuar a colher crises… até desaparecer e conceder espaço para novas configurações organizacionais e de negócio.

Há muito se debate sobre a crise econômica brasileira e seus desafios entre as organizações. Uma pergunta recorrente: quais estratégias seriam viáveis a partir desses novos cenários?

Antes de apontar para as estratégias, é importante pensar sobre as responsabilidades desempenhadas por organizações públicas e privadas na construção do cenário atual. A crise não bateu na porta sem avisar: governos e empresas vêm produzindo crise há anos a cada estratégia adotada. Produzimos gaps que hoje representam abismos frente a players de referência internacional. Poucas empresas e governos fizeram o dever de casa:

  1. Baixo nível de investimento em infraestrutura, levando à saturação e sucateamento de governos e empresas. Sem contar na criação de gargalos em pontos críticos do desenvolvimento econômico.
  2. Baixo nível de investimento em desenvolvimento humano justificam o Paradoxo de Solow.
  3. Baixos níveis de inovação pela adoção de Incrementalismo com objetivos produtivistas de curto e médio prazo e de resultados medíocres.

 

Depreende-se disso que lamentavelmente muitas empresas desaparecem do mapa da economia. Não basta ser dirigente “cabeça de planilha”: e em muitos casos o recorte conferido a partir das análises financeiras é incapaz de promover estratégias efetivas de médio e longo prazo. A complexidade do contexto atual para as organizações é infinitamente maior do que equações financeiras. Estas foram interessantes em tempos de estabilidade e simplicidade dos cenários – raros setores da economia desfrutam dessa facilidade.

Sinais de Alerta importantes para as organizações que desejam perenidade:

Novos padrões de consumo. E isso é interessante sob a lógica do desenvolvimento sustentável. O consumismo desenfreado, em síntese só tem levado à exaustão de recursos naturais. Empresas deverão assumir práticas sustentáveis de fato. É mais do que fazer gestão das impressões com apelo Verde. Atenção especial para ISO 16001 e 26000.

Novas prioridades. A onda de agressividade pela competitividade entre organizações e pessoas tem atingido os limites de sustentação. Ouso afirmar que não há ambiente competitivo saudável e sustentável. Há muitas portas se abrindo para os potenciais de cooperação. Isso pede configurações e arranjos organizacionais mais colaborativos, dinâmicos e horizontalizados.

Novas perspectivas de vida. Se quiser encontrar uma boa resposta para essa pergunta, faça-a para as crianças…antes que nossas anacrônicas estruturas sociais deturpem o que o futuro tem de bom…

E então, o que você prefere pílula azul ou vermelha?

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