Geração mal-educada? Com Jovens e Adolescentes, mais Amor, por favor!

A difusão de informações e estudos sobre as gerações é ampla e clivada: tem-se Veteranos, Boomers, a Geração X, Y, Z, Millenials. Há a proliferação de características que delimitam os perfis entre sujeitos, de maneira a se estabelecer em algum grau estereótipos de gerações por vezes conflitantes entre si. Então se pergunta: Até que ponto essas categorizações explicam a complexidade intergeracional nas organizações?

A convivência entre pessoas de faixas etárias diferentes pode ser fortalecida a partir de práticas de gestão que priorizem a diversidade e o diálogo. Os conflitos que surgem dessas interações não consistem em disfunções a serem suprimidas, pelo contrário, constituem as bases de integração, aprendizagem e mudança.

Daí nova pergunta: os modelos de competências individuais (porém uniformes) para gestão de pessoas correspondem aos desafios dessas novas configurações? Note que as competências comumente solicitadas pelas empresas sequer encontram consistência nas próprias práticas de gestão. Comparemos alguns exemplos de demandas de muitas empresas e suas contrapartidas:

  • Pede-se a capacidade de trabalhar em equipe, mas a Avaliação de Desempenho é Individual;
  • Pede-se proatividade, mas o erro implica em sanções;
  • Pede-se flexibilidade, mas cerceada por controle burocrático;
  • Pede-se autoconfiança, desde que se obedeça a hierarquia.

 

Permite-se uma constatação: Muitas empresas demandam competências muito presentes entre os perfis das gerações mais jovens, mas são anacrônicas e incapazes de desenvolver um modus operandi correspondente.

O resultado disso é visível: uma porção de gente (e eu já fiz parte disso) reclamando da geração que é “mal educada”, que “não tem limites”, que “não reconhece hierarquia”, “que não gosta de assumir responsabilidades”, que “não sabe lidar com as frustrações” e por aí vai. Então… vamos comprometer uma geração inteira, porque teve pais “ausentes”, “superprotetores”, “imaturos” o escambau. Paremos logo com isso! Estamos sufocando nossos jovens e adolescentes com nossas velhas expectativas. Aliviemos também a culpa sobre os ombros das mães e pais, visto que a maioria é responsabilizada integralmente pela “ausência” com os filhos enquanto se faz intensamente presente na “vida profissional”…

Vamos ao que interessa: Das 7,3 bilhões de pessoas que vivem hoje no planeta, 1,8 bilhão têm entre 10 e 24 anos de idade. A perversidade está no fato de que a maior causa de morte dos jovens atualmente é o suicídio (OMS, 2014). No Brasil, as taxas de suicídio entre adolescentes e jovens cresceu 30% nos últimos 25 anos: aproximadamente 26 jovens e adolescentes cometem suicídio por dia, sem contar aqueles que sobrevivem à tentativa. Depressão, ansiedade, angústia e medo consistem nas principais causas à falta de sentido para se prosseguir à Vida.

Dá um tempo! Tratemos nossos jovens e adolescentes com respeito, dignidade e mais amor, por favor…

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