RESPONSABILIDADE SOCIAL: Marketing Verde e Produção em tons de Cinza? Tema 3/6: Meio Ambiente

Só temos um planeta para viver: a Terra.

Os padrões de produção e consumo indicam para o descaso com a nossa “Casa Comum”. A exaustão dos recursos naturais, poluição, mudanças climáticas, espécies em extinção, colapso de ecossistemas, perda de biodiversidade dentre outros desafios ambientais inter-relacionados com a economia e a sociedade apontam para a incompetência e desleixo humano com a única casa que temos.

O enfrentamento desses desafios demanda abordagens abrangentes, coletivas e sistemáticas: implica dizer que agentes de organizações públicas e privadas, de todos os portes e setores precisam alinhar as práticas para além dos discursos já conhecidos.

As organizações devem avaliar o impacto ambiental acerca do que e como produzem – a partir de produção limpa e ecoeficiente, emprego de tecnologias ambientalmente saudáveis e práticas sustentáveis na cadeia produtiva. Dentre as questões relacionadas ao tema Meio Ambiente destaca-se:

Tema: Meio Ambiente

  • Quanto à poluição, incluem as emissões atmosféricas (poluentes como chumbo, mercúrio, compostos orgânicos voláteis, óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio, dioxinas dentre outros materiais que impactam na camada de ozônio bem como podem afetar diretamente a vida e saúde de indivíduos); descargas na água (vazamentos acidentais ou deliberados); gestão de resíduos líquidos e sólidos que indevidamente geridos, contaminam o ar, água e superfície terrestre. A redução na fonte, reutilização, reciclagem e reprocessamento, tratamento e descarte constituem etapas da gestão de resíduos. Empresas devem identificar, medir e implementar medidas de prevenção aos riscos ambientais provocados pelas atividades produtivas.
  • Quanto ao uso sustentável de recursos, faz-se por meio de: eficiência energética em edificações, transporte, processos de produção bem como o emprego de energias renováveis; conservação, uso e acesso à agua a partir da redução e reutilização da agua em suas operações; eficiência no uso de materiais para a fabricação dos produtos. É esperado das empresas que também estendam essas práticas junto aos consumidores e à sociedade.
  • Quanto à mitigação e adaptação às mudanças climáticas, todas as organizações são responsáveis, direta ou indiretamente, por alguma emissão de gases de efeito estufa (GEE). A identificação das fontes e a definição do escopo de responsabilidade é o primeiro passo para a implementação de medidas de redução e mitigação. Todos precisamos estar atentos à vulnerabilidade frente as mudanças climáticas e seus impactos a partir do solo, ar e água.
  • Quanto à proteção do meio ambiente e da biodiversidade, notavelmente a partir da década de 60, as transformações no planeta em função da atividade humana resultaram em perdas irreversíveis de habitats naturais e biodiversidade.
  • O modus operandi altamente descartável (de materiais a pessoas) precisa ser questionado e revertido sob pena de continuarmos perdendo espaço para a Vida, enquanto nos enchemos de coisas num fluxo absurdo de descarte. O progresso precisa respeitar a vida nos ecossistemas a que pertence.

 

Os debates em torno da Sustentabilidade estão mais avançados do que as práticas. Apesar das dimensões acerca do meio ambiente estarem bastante reguladas, há ainda muito chão pela frente.

  • Ainda temos desastres ambientais inconcebíveis provocados pela irresponsabilidade de dirigentes empresariais e pela pusilanimidade e/ou corrupção por parte de agentes de órgãos de regulação e fiscalização;
  • Ainda temos uma porção de técnicos em empresas, em sua maioria portadores de notável competência para identificar antecipadamente riscos a danos ambientais e sociais e suas implicações – porém desprovidos de coragem para impor requisitos de segurança ambiental frente aos requisitos de natureza econômica. Nesse ecossistema, esses profissionais operam como encagaçados provendo ambiente fértil a agentes que se comportam como vermes. Sim, a omissão de alguns, aliada com a ganância de outros, culminam em tragédias irreversíveis comprometendo fauna, flora e populações inteiras em diferentes regiões do planeta. (veja links nas referências).
  • Ainda temos muitos produtos com quatro embalagens que vão direto às lixeiras. Segundo o PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o lixo mundial deve ter um aumento de 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões de toneladas até o ano de 2025. Até 2030 produziremos 70% a mais de lixo.
  • Há milhares de anos o homem não vive mais nas cavernas, mas ainda temos grifes luxuosas que matam animais (chinchilas, martas, coelhos, focas, lontras, linces…) para vestir gente deslocada. Ah…sim o processo de abate é indolor.
  • Lembremos que até as girafas estão em risco de extinção por conta da caça e invasão da atividade humana em seus Em 30 anos a espécie declinou em 40%. Outros animais desapareceram, tantos outros desaparecerão.

 

Convido a pensar no planeta Terra como Casa Comum, assim como fez o Papa Francisco:

A Terra tem os seres viventes como atuais inquilinos. De um modo geral, nós humanos, temos nos comportado de maneira a depredar, explorar e produzir lixo. Como vivemos nos mesmos “cômodos” da casa temos uma porção de pessoas e organizações por muito tempo denominadas de “ecochatas” – grupos altamente preocupados com a manutenção da vida equilibrada na casa. Esses grupos estão ganhando voz aos poucos, mas ainda não conseguem definir o modus operandi da casa, até porque ela está organizada em função de requisitos essencialmente econômicos.

Alguns cômodos da casa são de exclusividade de poucos, há fartura e abundância. Em outros cômodos, indivíduos se amontoam e vivem de pouco. Há ainda uma grande proporção de gente que vive das migalhas na pobreza e na miséria na parte íngreme da casa. Quando as mudanças climáticas mostram sua força nas tempestades, tsunamis, terremotos, estiagem…estes são os primeiros os que os primeiros a serem atingidos.

Aos que se comportam e deliberam como “proprietários da casa”, o aviso: estamos todos temporários numa casa que é todos e de ninguém. Como deixaremos essa casa para os futuros inquilinos, nossos filhos, netos…?

 

REFERÊNCIAS

http://www.ebc.com.br/noticias/meio-ambiente/2015/11/conheca-os-principais-desastres-ambientais-ocorridos-no-brasil

http://www.prevencaonline.net/2010/06/os-nove-maiores-acidentes-ambientais-da.html

http://www.dw.com/pt-br/1976-explosão-provoca-vazamento-de-dioxina-em-seveso/a-871315

http://diariobombeirocivil.blogspot.com.br/2014/06/bhopal-o-pior-acidente-quimico-do-mundo.html

http://www.engquimicasantossp.com.br/2014/04/desastre-da-baia-de-minamata.html

 

Deixe um Comentário

CAPTCHA *