Valores Organizacionais: entre o Falar e o Fazer

Os valores irrigam as práticas organizacionais ou o modus operandi na medida em que são diretrizes sobre como operar em qualquer nível organizacional. Uma organização que se diz orientada por valores deve ter como premissa a disciplina no sentido de expressar seus valores nos movimentos que empreende em toda a sua amplitude.

Se você fizer uma pesquisa entre empresas de diferentes portes e setores, perceberá que alguns valores predominam entre os textos organizacionais disponíveis em sites, banners e outros recursos midiáticos. Dentre os valores mais citados configuram:

Ética e seus termos relacionados como Transparência, Justiça, Honestidade.

Respeito a uma porção de stakeholders.

Valorização do Ser Humano e outros termos ligados às pessoas (funcionários, colaboradores, gente… ao modo de cada organização)

Sustentabilidade e todas as reduções possíveis…Responsabilidade Social, Sustentabilidade econômico financeira.

Excelência em alguma atividade.

Com uma composição de valores como essa poderíamos nos assegurar de que o contexto empresarial é um dos mais confiáveis. Certo? Essa relação não parece clara quando saímos do conteúdo discursivo empresarial e tentamos identificar quais valores inspiram as práticas empresariais.

Um sujeito não precisa ser especialista em gestão ou conhecer os jargões empresariais para identificar inconsistências entre o discurso e a prática de uma organização. Basta prestar a atenção estando em qualquer perspectiva: como comprador, fornecedor, funcionário, especulador, expectador dentre outras possibilidades para estimar a distância entre o que se fala e o que se faz.Algumas observações sobre os Valores Organizacionais:

Valores são praticados e visíveis a olho nu!

Discursos e retóricas esvaziadas de sentido e adesão prática não consistem em valores, e causam um desconforto razoável entre os esclarecidos.

As lideranças são parâmetros para observação dos valores.

Alguns gestores podem – a partir de práticas divergentes com os valores pronunciados pela organização – comprometer imagem, marca, reputação, clima organizacional dentre outros. Lideranças têm papel representativo e simbólico para seus diversos públicos. Então cuidado com os porta-vozes.

Valores têm Perenidade

A efemeridade não se aplica aos valores. Inovações em produtos e serviços são mais transitórios enquanto que os valores tendem a um movimento recursivo e recorrente de ação reflexiva mais prolongado no espaço-tempo.

Se o falar é diferente do fazer a quem se pretende enganar?

É desagradável fazer barulho…alocar recursos para tentar convencer os diferentes públicos com discursos quando o que se faz fala mais alto.

 

Posto que os discursos precisam convergir com as práticas para que organizações tenham um modus operandi sustentado em valores, gestores precisam estar atentos ao cotidiano organizacional de maneira a validar as condutas em função dos valores desejados.

Em síntese: Se há gestão por valores, não há distância entre o falar e fazer!

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